Na semana passada avaliei um jogador na faixa dos 60 anos e ao questionar seu professor de golfe sobre quais eram os problemas evidentes no swing do aluno, o professor respondeu:
- O jogo dele é isso ai, não tem como melhorar mais.
Tentando disfarçar meu constrangimento perante os dois, enguli em seco e disse:
- Sempre tem como melhorar. O corpo responde ao estimulo adequado em qualquer idade.
Um profissional que encara o jogador sênior e super sênior como caso perdido, como fim da linha, não deveria ser considerado profissional. Ele simplesmente está justificando sua incapacidade de ensinar com a inabilidade do jogador. Me desculpem, mas se o aluno não aprende, a culpa é do professor. É preciso saber adaptar o swing para cada tipo de corpo. Não existe um swing único para todos.
Inegavelmente passamos pelo processo de envelhecimento, todos vamos descer a ladeira eventualmente, mas a diferença está em como vamos descer. Elegantemente ou em desabalada carreira? Se você cuida do seu corpo a taxa de envelhecimento será menor, mas anos de sedentarismo e maus hábitos com certeza vão ter consequências na melhor idade.
Fisicamente o envelhecimento provoca perda de massa magra a partir dos 50 anos e em maior proporção a partir dos 60 o que causa uma diminuição gradativa em força e potência. Os músculos e tendões também sofrem com diminuição da lubrificação e elasticidade e aparecem dores decorrentes de atritos entre a cartilagem e os ossos e rigidez na mobilidade.
Por essa razão, o golfista acima dos 50 tem como maior dificuldade a amplitude de movimento e a geração de velocidade e potência. A consequência no swing é a perda da distância. Normalmente o aumento do número de lesões neste grupo é consequência de tentar ultrapassar limites físicos para ganhar umas jardas a mais. Treinos longos e swings forçados são inimigos do jogador sênior.
A minha dica é: Jogue dentro de seus limites físicos, mas ao mesmo tempo, tente expandir esses limites com treinamento físico e técnico.
A seguir sugiro 3 exercícios que podem ser incluídos na rotina sem riscos, mas o indicado seria procurar um especialista para montar um programa de treinamento visando a longevidade em campo.
Lembre que se conformar com mediocridade é característica de alguém que desistiu. Você sempre pode ser melhor do que ontem. Cuide do seu corpo, o golfe é o melhor esporte do mundo porque é possível jogar por muitas décadas e continuar competitivo. Vejam caso do Davis Love III, que aos 51 anos de idade conseguiu vencer na semana passada todos os garotões de 20 no PGA.
- Ex 1: Rotacão com elástico sentado: objetivo: Força de centro e mobilidade de ombros e coluna
- Ex 2: Agachamento com rotação de quadril: Força de membros inferiores, dissociação e mobilidade de quadril
- Ex 3: Mobilidade lombar na bola: Dissocição força de centro, mobilidade intravertebral lombar
Agradecimento especial à Luzia Taninaga, Capitã do Lago Azul Golfe Clube