Engana-se quem pensa que a nutrição não interfere no bom rendimento de um golfista. Uma boa alimentação que forneça energia para a partida e uma hidratação adequada é fundamental para que o atleta mantenha foco e disposição durante todo o jogo.
Uma partida de golfe tem uma média de duração de 4 horas, e durante esse período o jogador fará apenas pequenos lanches, por isso é importante estar bem alimentado. A alimentação pré-jogo, com isso eu quero dizer a alimentação dos dias que antecedem o jogo, e não somente a refeição no dia, são essenciais para estabelecer bons estoques de energia (glicogênio) e evitar que o golfista se sinta fraco.
Antes da prova é importante que o jogador consuma uma refeição de fácil digestão, sem muita gordura, ou alimentos cuja digestão é mais lenta. Para os jogadores que jogam no início dos campeonatos, entre 7 e 8 horas da manhã, é interessante fazer uma boa refeição no jantar do dia anterior, pois essa refeição ira fornecer energia para o dia, visto que antes do campeonato o competidor consumirá apenas algo leve no desjejum. Para os jogadores que jogam entre 11 e 12 horas da manhã, esse aporte energético pode ser feito no desjejum, realizando apenas uma refeição mais leve entre 1 e 2 horas antes de jogar.
Um campo de golfe tem geralmente 6,4 quilômetros de extensão, mas para completar uma volta o jogador pode chegar a caminhar mais de 15 quilômetros, isso quando não utiliza um carrinho elétrico.
Durante a partida de golfe o praticante utiliza duas vias metabólicas de energia, a via de ATP, energia rápida e de explosão, utilizada para tacadas mais potentes (drives), e a via glicolítica, utilizada para se locomover e se manter disposto.
Boas opções de lanches para se levar durante a partida:
– fruta + oleaginosa
– wrap + frango desfiado
– leite + gelo + fruta
– barra de cereal + fruta
Por que as frutas são uma opção tão boa? Porque a maioria das frutas tem, além de carboidratos (energia), fibras e água, o que vai ajudar a dar saciedade e a hidratar o atleta.
Para os jogadores que tem dificuldade em comer alimentos sólidos durante a partida, seja por nervosismo ou por simplesmente não se sentirem bem, um shake ou suplemento líquido é uma ótima opção, existem suplementos de carboidrato como a palatinose que não geram picos de insulina, e com isso não tem quedas bruscas de insulina, evitando assim uma hipoglicemia durante a partida. Shakes protéicos com whey protein também são uma boa opção.
Além de lanches o atleta deve sempre andar com um líquido para se manter hidratado, seja esse água, isotônico, suplemento líquido… Tudo dependendo de sua estratégia e planejamento. Mas estudos indicam que a desidratação pode gerar uma queda de até 30% no rendimento do indivíduo, visto que desidratações mais severas podem levar o indivíduo a uma queda ainda maior no rendimento, e dependendo do clima da partida causando até mesmo um mal súbito.
A hidratação do atleta deve ser constante, pois além de interferir no rendimento do atleta o corpo não sabe diferenciar quando está com fome ou sede, e ativa a mesma resposta neural, e sentir fome durante a partida pode desestabilizar o jogador. Já os lanches podem ser espaçados de acordo com o tempo do jogo, manter uma média de 5 buracos para fazer um lanche é uma maneira de manter a energia sempre em alta e evitar que o atleta perca o rendimento ou o tempo de comer.
Como um torneio de golfe pode demorar alguns dias, a alimentação depois das partidas é fundamental não só para a recuperação do atleta mas também para manter sua boa performance nos decorrentes dias de competição.
O acompanhamento nutricional adequado deve ser estudado e preparado de forma individualizada pra o atleta por seu nutricionista, buscando sempre as melhores condições para o altera durante a partida.
Dereck Oak é nutricionista clínico e esportivo, formado pela Universidade Católica de Santos (UNISANTOS) e pós-graduando em Nutrição, Metabolismo e Fisiologia do Exercício Físico pela USP. Atua há 4 anos no mercado de suplementos alimentares e esportivos. É atleta amador de fisiculturismo e entusiasta de outras modalidades como corrida e natação. Também é colunista fixo de nutrição esportiva do portal Go! Running, de corrida de rua.