A cada dois anos o Titleist Performance Institute (TPI), maior órgão mundial de pesquisa e formação profissional do mundo em Golfe, realiza seu congresso nos Estados Unidos.
Este ano, o World Golf Fitness Summit 2016, em comemoração dos 10 anos desde o primeiro congresso o TPI realizou um evento nota dez em todos os aspectos. O tema desta ano foi: o que podemos aprender de outros esportes?
Especialistas de atletismo, baseball, lacrosse e outros esportes apresentaram suas metodologias e resultados de pesquisas de anos à frente do golfe em questão de multidisciplinaridade e compreensão global do atleta. Fora estes, especialistas dos setores de coaching, fisioterapia, junior coaching, nutrição e psicologia esportiva fizeram apresentações brilhantes sobre as bases do desenvolvimento do atleta e como evitar as frustrações do overtraining, auto sabotagem mental e ineficiência de metodologias ultrapassadas.
A individualidade do atleta foi apontada por vários palestrantes, entre eles o Dr Jeremy Koeing que apresentou a metodologia que se usa na Athletigen, uma empresa especializada em determinar o gene esportivo e prever o sucesso no esporte baseado na sua genética, respostas fisiológicas ao treinamento e características coginitivas. Quando o investimento no atleta é no nível mais alto, determinar por todos os meios a chance de sucesso deste pode ser uma vantagem.
No caso do golf fitness podemos assistir a grandes nomes do treinamento como Gray Cook, Dr Tom House e Jason Glass, que explicou sobre como oferecer ao aluno o treinamento com a mínima dose e o máximo de resultados, ou seja, uma sessão de treinamento não precisa estar focada em preencher uma hora inteira com o maior número de exercícios, mas sim oferecer os movimentos mais eficientes sem estressar as estruturas do músculo esqueléticas para obter o melhor resultado.
O aluno deve sair da sessão se sentindo fantástico e não exausto! Qualquer um pode te dar uma surra na academia. O que não significa que aquele treinamento vai ser mais efetivo ou vai gerar maior adaptação e resultado em campo. Ao contrário, treinar em excesso, visando quantidade e não qualidade nunca vai ter um resultado positivo no swing e menos ainda na confiança do aluno.
Exercícios de preparação física de golfe não precisam simular o swing de golfe em si. O objetivo é trabalhar as capacidades físicas que vão fazer o swing melhorar, e não trabalhar o swing em si. Movimentos complexos, tridimensionais e direcionados em recuperar e ganhar.
Um assunto muito levantado por vários palestrantes da área fitness foi a necessidade de trabalhar as habilidades básicas coordenativas para uma melhor adaptação e aprendizagem motora no golfe, ou em qualquer esporte.
Crianças que pulam fases de desenvolvimento necessárias para maturar as estruturas do corpo e ganhar habilidades, perdem a longo prazo a chance de desenvolver outras habilidades mais complexas. A especialização precoce num único esporte é um dos principais motivos para o encurtamento da carreira do jovem atleta.
O mesmo acontece com o adulto que não sabe arremessar uma bola fazendo uma transição do peso corporal e utilizando a alavanca do corpo para gerar potência. É praticamente impossível que este aluno consiga dissociar quadril e ombros e mover seu corpo na sequência ideal para a eficiência da técnica do swing.
Em suma, menos exercícios de malabarismo do swing e sentados em máquinas que façam tudo por você e mais arremessar, chutar, driblar, pular e até engatinhar. Exercícios bilaterais, nos três planos de movimento e que envolvam e desafiem sua habilidade e capacidade cognitiva é o futuro do treinamento. Isso sim vai te ajudar mais a atingir seu melhor desempenho no golfe.
Esta é a conclusão do World GOLF fitness Summit do TPI em 2016. Um privilégio poder estar na presença dos melhores treinadores do mundo e ouvir os experts falar sobre a nossa paixão em comum. Ajudar o golfista a atingir seus objetivos.