Dr. José Antônio Veiga Sanhudo

Por Dr. José Antônio Veiga Sanhudo, presidente da ABTPé (Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé)

O golfe é um esporte de grande popularidade ao redor do mundo com um número crescente de adeptos ano após ano. Isto se deve ao fato de ser um esporte sem contato, que pode ser praticado ao ar livre em cenários exuberantes, sozinho ou com participantes de habilidades variadas e sem atividade física extenuante.

Uma das peculiaridades do esporte é a idade mais avançada dos seus participantes, comparada à outras modalidades esportivas, o que representa uma grande vantagem para quem gosta de esporte e quer jogar por muito tempo. É estimado que 25% dos golfistas nos Estados Unidos têm 65 anos de idade ou mais.

Como qualquer outro esporte ou atividade, lesões podem ocorrer praticando golfe. O movimento realizado pelo tornozelo é exclusivo desta modalidade esportiva. O esporte, como já foi dito, é sem contato físico e a maioria das lesões ocorrem por overuse, queda ou trauma direto pela bola ou pelo taco, mas não é raro entre os iniciantes no esporte, erros de técnica com transferência de peso corporal para o pé errado, aumentando as chances de incidentes. As lesões são mais comuns em quem joga quatro ou mais vezes e/ou arremessam pelo menos 200 bolas por semana, ou seja, moderação é um fator protetor.

O tornozelo é a região mais afetada por lesão nos membros inferiores do golfista, a maioria envolvendo entorses, escorregões ou tropeções, e os praticantes que carregam a bolsa para tacos estão ainda mais propensos a estes eventos.  A prática de aquecimento não é comum entre os golfistas e estudos mostram que aqueles que aquecem por mais de 10 minutos antes do jogo apresentam menor incidência de lesões.  Por fim, jogar golfe com moderação, aquecer pelo menos 10 minutos antes de jogar e não carregar a bolsa de tacos são fatores importantes na redução de lesões.