Por Kako Cruz Lima
A President’s Cup será disputada em setembro no Quail Hollow Club, em Charlotte, e por isso este ano o Wells Fargo Championship foi transferido para o TPC Potomac, campo vizinho ao Congressional, em Maryland. Sorte a minha pois daí pude ser voluntário, ver de perto grandes ídolos e conhecer por dentro a estrutura de um torneio do PGA que distribuiu USD 9 milhões em premiação.
O formulário que preenchi para me candidatar a voluntário já indicava o cuidado com os detalhes que fazem dos torneios do PGA serem grandes eventos. Depois de aprovado participei de duas lives onde nos passaram várias instruções, as principais delas para cuidarmos da integridade das pessoas e do torneio. Comprei pelo site duas camisas e um boné e retirei o kit um dia antes do Pro-Am, juntamente com crachá, pin, dois vouchers de descontos para utilização na loja do torneio e na PGA Superstore perto de Washington, tudo dentro de uma sacola transparente que facilitava a triagem de segurança na entrada. A retirada dos kits tinha dia e horário de acordo com o sobrenome para evitar aglomeração e nem era necessário descer do carro.
Quando entrei pela primeira vez no clube me veio à cabeça a semelhança da estrutura com a do circo da F1. Só que aqui os caminhões de geração de imagens eram do PGA, ESPN, CBS e de marcas como Callaway, Cleveland, Cobra, Ping, Taylor Made e Titleist. O driving range tinha quatro plataformas e várias áreas para treino de jogo curto, tudo enorme e impecável. Os menores tees do campo mediam 12 x 12 jardas e os rastelos ficavam fora das bancas e não dentro como muitos defendem. Como eu chegava bem cedo pude ver o trabalho da manutenção do campo e detalhes como tirar o orvalho da entrada dos greens, o uso de sopradores nos greens, o cuidado na troca dos buracos e até mesmo um funcionário limpando com uma toalha uma área do fairway do 16 que estava um pouco suja.
Trabalhei sete dias ao lado de mais vinte e um voluntários e dois líderes no buraco 14, um par 4 curto de 299 jardas, onde a maioria dos jogadores tentava chegar com a primeira tacada no green. Caso houvesse um hole in one o prêmio seria de USD 1 milhão. O desafio para os jogadores era evitar a área de penalidade à direita, colada ao green, com mato alto e um pequeno riacho.
A programação incluiu um pequeno Pro-Am na segunda-feira, treino na terça, grande Pro-Am na quarta e depois o torneio de quinta a domingo e nesses dias pude me beneficiar do traslado de ônibus oferecido a partir de um shopping até o TPC Potomac. Na segunda e na terça a organização levou almoço e lanche para os voluntários no campo. Nos outros dias recebemos 2 vouchers que podiam ser usados nos bares do campo.
Pensei que Jason Day sairia vencedor porque ao final do segundo dia estava -10 e com 3 tacadas de vantagem para o segundo colocado. Mas quem merecidamente levou a melhor e USD 1.620.000 para a conta foi Max Homa, jogador que vi possuir um enorme número de fãs e que pulou da vigésima para a sexta posição no ranking da FedEx Cup.
Ver de perto a habilidade desses jogadores, a camaradagem e respeito entre eles e todos os caddies e ainda ter sido convidado pelo meu líder para trabalhar na President’s Cup foi um enorme privilégio. Não sei se conseguirei estar lá, mas certamente torcerei pelo sucesso de todos que fazem do golfe um esporte único.
Detalhes técnicos:
TPC Potomac Wells Fargo Championship
7.139 jardas – Par 70
Greens e Fairways: Bentgrass
Roughs: Fescue e Bluegrass
Velocidade dos greens: 12,5
Altura dos roughs: 3 polegadas
Número de bancas: 81
Maquinário: John Deere
Irrigação: Toro
Arquiteto original: Ault, Clark & Associates